Eu não tenho o costume de escrever promessas para o ano que vem. Imagine, eu esqueço senhas, logins, esqueço onde coloquei as chaves. Na última vez esqueci um casaco na chapelaria. Como vou lembrar o que prometi que faria num ano que ainda vai chegar? Não faço isso comigo. Eu gosto de mim, sei que as coisas mudam, sei que o mundo pega a gente de calças curtas (amo essa expressão).
Mas uma coisa que eu gosto de fazer, é um balanço do que passou. Pra lembrar o que foi bom, pra organizar as ideias, saber o que fiz nos 365 dias passados (ou um pouco menos, pois costumo escrever antes do ano encerrar de vez).
Estou com a mão doendo de tanto que escrevi. Que ano confuso, esquisito, que caminho sinuoso. Pra mim foi assim. Que cansaço, que cansaço, que cansaço.
Achei que esse ano foi bastante solitário, justamente o ano da volta das aglomerações. Não é uma reclamação. Eu gosto até. Mas engraçado que escrevendo sobre esse ano, percebi que eu não tava sozinha. Tudo de bom que me aconteceu nesse ano, foi justamente por conta de outras pessoas. Outras pessoas estavam comigo, amigos.
Eu faço esse trocadilho safado: terapia é bom, mas ter amigos é melhor ainda.
E por isso é bom escrever. Pra ver a vida como um quadro em exposição. Pra descobrir detalhes, pra abrir o coração.
A última parte das folhas que escrevi. Nem sei tem alguma serventia, mas vou deixar aqui.
Minha letra está ficando cada vez menor, e minha visão cada vez pior.
