
Abri a janela do quarto e dei de cara com um gavião pousado no telhado do vizinho.
Ele me olhou com olhos sérios, aquele olhar dos gaviões.
Era cedo, seis hora da manhã.
Apesar do meu costumeiro mau humor matinal, fiquei feliz.
Diferente dos olhos sérios do gavião, devo ter sido transparente demais, e acabei confessando prematuramente a minha admiração.
– Você é lindo!
No mesmo instante, a ave voou e sumiu no horizonte.
Eu fiquei no mesmo lugar.